Por Paul Tait
BASE DE OPERAÇÕES DE GAMBERI, Afeganistão (Reuters) - Os combates intensos e as baixas inéditas sofridas pelas forças afegãs em 2015 atrasaram os esforços da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para treinar uma força autossuficiente no país, disse o novo comandante-geral da entidade no Afeganistão à Reuters nesta segunda-feira.
O impacto da violência em 2015 e a natureza inconstante dos inimigos que as tropas afegãs enfrentam irão compor uma parte importante de uma avaliação inicial das condições no Afeganistão, tarefa sendo realizada pelo comandante-geral John Nicholson.
"Este período intenso de combate interferiu com a trajetória de pouso em que estávamos. As suposições que fizemos sobre nossos prazos, temos que rever baseados nas muitas baixas que elas sofreram", disse Nicholson em sua primeira entrevista desde que assumiu o comando das forças dos Estados Unidos e da Otan no Afeganistão no mês passado.
"Não foram só as muitas baixas, que exigem reposição e retreinamento", afirmou. "Também houve o fato de que elas tiveram que parar de treinar para lutar o ano todo. Então isso nos deixa atrasados em relação a nossas projeções em termos do crescimento e da proficiência crescente do Exército e da polícia."
Nicholson já realizou cerca de um terço da avaliação de 90 dias que irá apresentar em Washington em algum momento de junho.
Sua análise pode ser a mais relevante desde que o general Stanley McChrystal recomendou um "reforço" em 2009 que elevou para 100 mil o número de soldados dos EUA e para cerca de 140 mil a força total da Otan.