Por Ahmed Elumami e Tom Miles
TRÍPOLI (Reuters) - Forças do leste e tropas leais ao governo de Trípoli se enfrentaram nos arredores da capital da Líbia nesta quarta-feira, obrigando milhares de moradores a abandonarem suas casas.
As forças do Exército Nacional Líbio (LNA), do comandante do leste Khalifa Haftar, assumiram posições nos subúrbios a cerca de 11 quilômetros ao sul do centro, uma vez que contêineres de aço e picapes armadas com metralhadoras impediram sua entrada na cidade.
Moradores relataram a presença de aviões do LNA sobre Trípoli e o som de confrontos nas cercanias da cidade.
As forças de Haftar ocuparam o antigo aeroporto internacional durante um breve período no início da semana, mas os combatentes do primeiro-ministro do governo líbio reconhecido internacionalmente, Fayez al-Serraj, o retomaram, e o LNA agora está entrincheirado mais ao sul, segundo testemunhas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) disse que ao menos 4.500 moradores de Trípoli foram deslocados -- a maioria deixou áreas de conflito para ir a distritos mais seguros, mas muitas mais estão impedidas de sair, alertou.
As forças do LNA saíram de seu reduto no leste líbio para tomar o sul pouco povoado, mas rico em petróleo, no início deste ano, e uma semana atrás rumou para Trípoli, sede do governo reconhecido internacionalmente de Serraj.
A Líbia está dividida em governos rivais no leste e no oeste desde a deposição do autocrata Muammar Gaddafi em 2011. A ONU quer aproximar os dois lados para planejar uma eleição e por fim ao caos.
O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) disse estar extremamente preocupado com o "uso desproporcional e indiscriminado" de armas explosivas em áreas densamente habitadas. Meio milhão de crianças corre perigo, acrescentou.