Por Denis Dumo
JUBA (Reuters) - Combates intensos voltaram a irromper na capital do Sudão do Sul, Juba, nesta segunda-feira, um dia depois de o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) pedir que o presidente do país, Salva Kiir, e o vice-presidente, Riek Machar, que são rivais, contenham suas forças e ponham fim a conflitos que deixaram dezenas de mortos nos últimos dias.
Uma testemunha da Reuters viu dois helicópteros sobrevoarem e dispararem aparentemente na direção do quartel-general político e militar de Machar. Moradores relataram a presença de tanques nas ruas. Uma autoridade da ONU disse que disparos intensos de armas de fogo voltaram a ocorrer perto de bases da entidade.
A capital vem testemunhando combates quase todos os dias desde quinta-feira, quando tropas leais a Kiir e soldados que apoiam o ex-líder rebelde Machar se enfrentaram pela primeira vez, despertando o temor do retorno de um conflito de grandes proporções na sequência de uma guerra civil de dois anos.
Não ficou claro de imediato quem estava liderando o combate, nem se algum dos lados está se sobressaindo. A violência tem levado muitos a questionarem se Kiir e Machar, adversários políticos e militares de longa data, têm o controle total de suas forças.
Não há saldo oficial de mortes, mas pelo menos cinco soldados morreram na quinta-feira, e uma fonte do Ministério da Saúde disse que 272 pessoas, incluindo 33 civis, foram mortas na sexta-feira. Após uma breve pausa no sábado, o enfrentamento de domingo pareceu ainda mais vigoroso.
"Exortamos um fim a estas hostilidades e torcemos para que eles (os líderes políticos) voltem a adotar todos os pontos de ação do acordo de paz", disse Shantal Persaud, porta-voz da Missão das Nações Unidas na República do Sudão do Sul à Reuters por telefone.
Ela disse que os disparos tiveram início nesta segunda-feira ao redor da sede da ONU na área de Jebel, em Juba, e também perto de uma base próxima do aeroporto. Bases da ONU foram atingidas por armas pequenas e grandes no domingo. Um soldado chinês da entidade foi morto.
Após uma reunião de emergência, o Conselho de Segurança da ONU pediu aos dois líderes para que "façam o máximo para controlar suas respectivas forças, encerrem urgentemente o combate e evitem a disseminação da violência" e se comprometam com o acordo de paz.