CIDADE DA GUATEMALA (Reuters) - Um ex-comediante de televisão sem experiência de governo está prestes a vencer as eleições presidenciais da Guatemala neste domingo, depois que um escândalo de corrupção derrubou o último líder do país e alimentou a indignação dos eleitores com o establishment político.
Prometendo um governo limpo, Jimmy Morales, de 46 anos, cresceu nas pesquisas desde que um inquérito sobre um escândalo alfandegário multimilionário levou à renúncia e à prisão do presidente, Otto Pérez.
Pesquisas eleitorais mostram que Morales deverá vencer facilmente a ex-primeira-dama Sandra Torres, que também prometeu combater a corrupção, mas que é vista pela maior parte dos eleitores como parte da velha ordem política.
Com a abertura das seções eleitorais neste domingo, muitos eleitores disseram que viam no comediante uma oportunidade para um novo começo e um fim nas relações políticas contaminas que provocaram protestos em todo o país.
"Estamos cansados da velha política da Guatemala... o roubo por atacado da Guatemala", disse o proprietário de um pequeno negócio Alejandro Cruz, após votar na Cidade da Guatemala. "Eu votei em Jimmy Morales. Acho que ele ganhará, e que hoje seja um dia histórico."
Cativando eleitores com histórias de suas origens humildes e piadas durante uma temporada de 14 anos de um show de comédia, Morales tem enfrentado críticas sobre ideias políticas fantasiosas, como marcar professores com um dispositivo de GPS para se certificar de que eles estão em sala de aula.
Seu manifesto tem apenas seis páginas, dando poucas dicas de como ele poderia governar, e seu partido Frente de Convergência Nacional (FCN) terá apenas 11 de 158 assentos no próximo Congresso.
"Ele não possui programa nem equipe", disse o analista político do instituto de pesquisa da Guatemala ASIES, Hugo Novales. "Mas o descontentamento está tão alto que essas questões não são prioridade para o eleitor médio."
(Reportagem de Sofia Menchu e Alexandra Alper)