Por David Morgan
WASHINGTON (Reuters) - Liderado por democratas, o Comitê Judiciário da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos autorizou em uma votação desta quinta-feira intimações de dezenas de testemunhas, inclusive Jared Kushner, genro e conselheiro do presidente Donald Trump.
A votação concedeu ao presidente do organismo, Jerrold Nadler, o poder de decidir se intima assessores antigos e atuais de Trump – como Jeff Sessions, ex-secretário de Justiça, e John Kelly, ex-chefe de gabinete da Casa Branca –, como parte de um inquérito abrangente sobre corrupção e obstrução da justiça na presidência Trump.
"Estes incluem autoridades de governo que trabalharam, ou continuam a trabalhar, próximos ao presidente", disse Nadler em uma reunião para analisar as intimações. "Não descansaremos até obtermos seus depoimentos e documentos".
O comitê também autorizou intimações para depoimentos e documentos relacionados às políticas imigratórias de Trump, inclusive as separações e detenções de familiares e a "tolerância zero" com imigrantes.
A medida vem no momento em que os democratas que controlam a Câmara se preparam para intensificar seu escrutínio da presidência Trump. O ex-procurador especial Robert Mueller irá depor publicamente em 17 de julho, e na semana seguinte haverá uma votação para responsabilizar o secretário de Justiça, William Barr, e o secretário de Comércio, Wilbur Ross, por desacato ao Congresso por não obedecerem intimações.
Os republicanos criticaram a ação do comitê, que veem como uma manobra partidária para incriminar Trump e uma tentativa de sanar as desavenças políticas com correligionários da Câmara. "É disso que trata o episódio de hoje. Com certeza não se trata de supervisão. Trata-se simplesmente de política", disse o deputado Doug Collins, republicano mais graduado do comitê.
O comitê de Nadler, que pode iniciar um processo de impeachment se descobrir indícios de má conduta presidencial, está analisando ações e acontecimentos descritos no relatório de 448 páginas de Mueller sobre a interferência da Rússia na eleição presidencial de 2016.