WASHINGTON (Reuters) - Uma autoridade de alto escalão do Comitê Nacional Republicano (RNC, na sigla em inglês) minimizou no domingo a perspectiva de o partido reduzir fundos e apoio logístico à campanha do candidato presidencial Donald Trump para redirecionar os recursos para disputas ao Congresso norte-americano.
Na semana passada, 70 republicanos escreveram uma carta exortando o RNC a parar de ajudar Trump e se concentrar nos candidatos ao Senado e à Câmara dos Deputados dos Estados Unidos. A carta, assinada por ex-membros do Congresso e ex-funcionários do RNC, afirmou que as ações de Trump são "conflituosas e perigosas" e que representam uma ameaça ao partido e ao país.
Sean Spicer, diretor de comunicações do RNC, disse em uma entrevista por telefone que abandonar Trump a quase três meses da eleição de 8 de novembro "não faz sentido lógico".
Em outubro de 1996, o RNC reencaminhou verbas da corrida presidencial para candidatos ao Congresso depois que o candidato Bob Dole ficou muito atrás nas pesquisas de opinião de voto do presidente democrata Bill Clinton, que buscava a reeleição.
Mas Spicer afirmou que desistir de Trump poderia prejudicar outros postulantes republicanos e que ainda há tempo para o magnata se recuperar nas sondagens de opinião diante de sua adversária democrata Hillary Clinton.
"Em primeiro lugar, você precisa de um cabeça de chapa forte. Isso em primeiro lugar. Em segundo lugar, só estamos seis pontos atrás", argumentou Spicer em referência à vantagem que Hillary conquistou frente a Trump em algumas pesquisas de âmbito nacional.
Hillary estava mais de cinco pontos percentuais à frente de Trump em uma pesquisa Reuters/Ipsos divulgada na sexta-feira.
A ex-primeira-dama tem boas vantagens em Estados muito disputados, como Pensilvânia e New Hampshire, e alguns levantamentos a mostram a poucos pontos percentuais de distância de Trump em Estados como a Geórgia, que normalmente se inclinam a votar em peso nos republicanos.
Qualquer discussão sobre cortar fundos para Trump em agosto seria "ridícula", disse Spicer.
Trump tem sido criticado pela promessa de construir um muro na fronteira dos EUA com o México e pelo plano de impor uma proibição temporária a muçulmanos que queiram entrar em seu país.
Também foram alvo de críticas, tanto por republicanos quanto por democratas, uma longa discussão com a família muçulmana de um capitão do Exército norte-americano morto no Iraque em 2004 e sua afirmação de que o presidente dos EUA, Barack Obama, e Hillary são cofundadores do grupo militante Estado Islâmico.
(Por Alana Wise)