Por Emil Gjerdingnielson e Teis Jensen
COPENHAGUE (Reuters) - O príncipe dinamarquês Henrik faleceu aos 83 anos, levando para o túmulo o ressentimento de ter vivido à sombra de sua esposa, a rainha Margrethe.
O príncipe de 83 anos, nascido na França, morreu dormindo na noite de terça-feira, informou o palácio, acrescentando que respeitará seu desejo de não ser enterrado em um túmulo preparado para ele e Margrethe, que ele disse nunca o ter reconhecido como igual.
Ressentido por jamais ter sido nomeado rei, em 2016 ele renunciou ao título de príncipe consorte e passou a maior parte do tempo em um castelo localizado em um vinhedo no sudoeste da França, embora tenha continuado casado com a rainha e oficialmente ainda morasse com ela.
Em agosto de 2017, Henrik anunciou que não queria ser enterrado ao lado da monarca, rompendo com uma tradição de 459 anos. Pouco depois, o palácio anunciou que ele tinha demência.
Como na maioria das monarquias, uma princesa dinamarquesa se torna rainha quando seu marido assume o trono, mas um homem não se torna rei por ser casado com uma rainha.
Depois que um referendo de 2009 expressou apoio à igualdade de gênero nas sucessões da realeza, Henrik disse: "Espero que os homens sejam iguais às garotas", provocando ainda mais o debate e recebendo brevemente o apoio do Parlamento na aspiração de conseguir o título de rei – um movimento que não deu resultado.
De acordo com seus desejos, ao invés de ser enterrado em um sarcófago preparado para ele e a esposa na Catedral Roskilde, o corpo de Henrik será cremado e metade de suas cinzas serão lançadas em águas dinamarquesas e a outra metade será enterrada no jardim do Castelo de Fredensborg, no norte de Copenhague, onde ele morreu.