Por Will Dunham
WASHINGTON (Reuters) - O planeta conhecido como HD 189733b, descoberto em 2005, já tinha a reputação de ser um lugar bem extremo, um gigante gasoso e quente um pouco maior que Júpiter, com uma impressionante cor azul-cobalto e uma chuva de vidro derretido que cai lateralmente em seus ferozes ventos atmosféricos. Então, como superar isso?
Acrescentando sulfeto de hidrogênio, o composto químico por trás do fedor de ovos podres. Pesquisadores afirmaram nesta segunda-feira que novos dados do telescópio espacial James Webb estão formando uma imagem mais completa do HD 189733b, já entre os mais minuciosamente estudados exoplanetas, como são chamados os planetas além do nosso sistema solar. Uma pequena quantidade de sulfeto de hidrogênio foi detectada na sua atmosfera, inédito para qualquer exoplaneta.
“Sim, o fedor certamente ampliaria a sua já infame reputação. Não é um planeta que nós humanos queremos visitar, mas um alvo valioso para aprofundar nossa compreensão da ciência planetária”, disse o astrofísico Guangwei Fu, da Universidade Johns Hopkins, de Baltimore, principal autor do estudo publicado na revista Nature.
É um tipo chamado de “Júpiter quente” -- gigantes gasosos similares ao maior planeta do nossos sistema solar, mas muito mais quentes devido à proximidade com suas estrelas hospedeiras. Este planeta orbita 170 vezes mais perto de sua estrela hospedeira do que Júpiter do sol. Completa uma órbita a cada dois dias, em contraste com os 12 anos que Júpiter leva para orbitar o sol.
Na realidade, sua órbita é 13 vezes mais próxima à sua estrela hospedeira do que o nosso planeta mais próximo, Mercúrio, é do sol, elevando as temperaturas do lado do planeta voltado à estrela a cerca de 930 graus Celsius.
“Eles são bem raros”, disse Fu, sobre os Júpiters quentes. “Cerca de menos de um em cada 100 sistemas estelares os têm”.
Este planeta fica a 64 anos-luz da Terra, considerado em nossa vizinhança dentro da galáxia Via Láctea, na constelação Vulpecula. Um ano-luz é a distância que a luz viaja em um ano, 9,5 trilhões de quilômetros.
(Reportagem de Will Dunham)