TRÍPOLI (Reuters) - Duas das facções armadas mais poderosas da capital líbia se enfrentaram na cidade nesta terça-feira, forçando civis a ficarem em suas casas e aumentando o temor de que a pior onda de violência em Trípoli neste ano possa aumentar.
O número de mortos nos confrontos ainda não está claro, mas uma unidade médica ligada ao Ministério da Defesa disse ter resgatado três corpos dos distritos de Furnaj, Ain Zara e Tarik Shok.
O Ministério da Saúde líbio apelou aos cidadãos para doarem sangue para ajudar as vítimas. Usama Ali, porta-voz do serviço de ambulâncias, disse que 19 pessoas ficaram feridas e 26 famílias foram retiradas de um distrito atingido pelo conflito.
Uma fumaça escura pairava sobre partes da cidade e o som de armas pesadas ecoava pelas ruas, disse um jornalista da Reuters em Trípoli. Os moradores e a mídia local também relataram combates em diferentes subúrbios durante o dia.
O enviado da Organização das Nações Unidas (ONU) à Líbia pediu o fim imediato da violência.
Os confrontos entre a Brigada 444 e a Força Especial de Dissuasão, que apoiaram o governo interino de Unidade Nacional (GNU, na sigla em inglês) durante breves batalhas no ano passado, quebram meses de relativa calma em Trípoli.
Na segunda-feira, a Força Especial de Dissuasão, que controla o aeroporto de Mitiga, na capital, capturou o comandante da Brigada 444, Mahmoud Hamza, quando tentava viajar, disse uma fonte da brigada.
Nas horas seguintes, ambas as facções se mobilizaram pela capital e os combates começaram à noite.
A Força Especial de Dissuasão é uma das principais facções armadas de Trípoli há anos, controlando Mitiga e a área costeira circundante, incluindo um trecho da estrada principal a leste.
A Brigada 444 controla grandes áreas da capital e áreas ao sul de Trípoli. Hamza, ex-oficial da Força Especial de Dissuasão, já foi uma figura-chave na mediação do fim da tensão entre outras facções armadas.