LA PAZ (Reuters) - O Congresso da Bolívia, controlado pelo partido Movimento ao Socialismo (MAS), do ex-presidente Evo Morales e do presidente eleito, Luis Arce, aprovou na noite de quinta-feira um relatório que recomenda uma ação civil contra a presidente Jeanine Ánez, que deixará o cargo, por genocídio e outros supostos crimes.
O relatório, apresentado por uma comissão parlamentar, alega que Ánez e alguns de seus ministros são responsáveis por "resoluções contrárias à Constituição e às leis, violações do dever, genocídio, assassinato, ferimentos graves, associação criminosas, privação de liberdade e o desaparecimento forçado de pessoas".
A Bolívia mergulhou no caos depois que sua eleição de 2019 foi envolta em polêmica devido às alegações de que foi fraudada. Pouco depois, Morales renunciou sob pressão de forças de segurança e de manifestantes.
Depois de tomar posse em 12 de novembro do ano passado, o governo de Ánez passou a ser criticado por causa de uma lei que deu grande liberdade para os militares usarem a força. Ao menos 30 pessoas foram mortas em protestos depois que ela assumiu o cargo, a grande maioria apoiadores do MAS.
O MAS reconquistou a Presidência com a vitória de Arce nas eleições deste mês. Ele tomará posse no dia 8 de novembro.
Agora o relatório que recomenda a ação civil será analisado pelo Parlamento boliviano, onde o MAS tem maioria, mas não os dois terços necessários para aprová-lo.