Por Marco Aquino e Marcelo Rochabrun
LIMA (Reuters) - O Congresso do Peru confirmou o novo gabinete do presidente Pedro Castillo na manhã desta quarta-feira --seu quarto em apenas sete meses no cargo-- logo depois que um grupo de parlamentares da oposição lançou uma nova tentativa de impeachment para tentar derrubar o líder esquerdista.
Os parlamentares votaram a favor do novo gabinete por 64 votos a 58 após uma longa sessão que começou na terça-feira, mas foi até a madrugada para aprovar o novo governo liderado pelo primeiro-ministro Aníbal Torres, advogado e ex-ministro da Justiça, que é um aliado próximo de Castillo.
A aprovação ocorre no momento em que Castillo enfrenta um pedido de impeachment por parte de parlamentares da oposição, tendo sobrevivido a um no ano passado.
Cerca de 50 parlamentares de um total de 130 no Congresso unicameral do país apresentaram uma moção de impeachment na terça-feira alegando que Castillo é moralmente inapto para o cargo, ao citar 20 supostas violações que incluem o depoimento de um lobista que o acusou publicamente de corrupção.
A aprovação pública de Castillo, que nega as acusações, está abaixo de 30% em pesquisas recentes, embora o professor aposentado tenha ganhado algum terreno recentemente em meio a uma rotatividade sem precedentes entre seus ministros.
A Presidência de Castillo tem sido marcada por escândalos e instabilidade política. Desde que assumiu o cargo em julho, ele substituiu membros do ministério mais rápido do que qualquer administração na história recente. Seu primeiro-ministro anterior durou apenas alguns dias antes de pedir demissão devido a alegações de violência doméstica.
O Congresso ainda enfrenta uma batalha árdua para remover Castillo do cargo, o que exigiria 87 votos. Embora o Parlamento seja controlado pela oposição, uma tentativa anterior de impeachment em dezembro não conseguiu votos suficientes para ser processada.