LIMA (Reuters) - O Congresso do Peru demitiu o controlador-geral do país nesta segunda-feira devido a uma série de alegações de má conduta, afastando um antagonista de peso do governo do presidente de centro Pedro Pablo Kuczynski, no momento em que este busca uma trégua com a oposição que controla o Legislativo.
Desde que assumiu, pouco antes de o mandato de Kuczynski ter início cerca de um ano atrás, o controlador-geral Edgar Alarcón criticou vários projetos de obras públicas que o Executivo vem tentando levar adiante em reação à desaceleração da economia.
Mais recentemente Alarcón acusou três dos ministros de Kuczynski de pressioná-lo indevidamente para que oferecesse um parecer favorável a um contrato de aeroporto. Duas gravações de áudio vazadas de encontros que Alarcón teve com os ministros parecem sustentar a alegação, o que levou o Congresso de maioria opositora a forçar um dos ministros a renunciar no mês passado.
Nesta segunda-feira, parlamentares votaram por unanimidade para retirar Alarcón por "má conduta grave" por supostamente direcionar fundos públicos para a mãe de seus filhos, violar o código de ética ao continuar administrando um negócio no exercício da função pública e coagir um auditor a omitir informações do Congresso.
Alarcón negou qualquer irregularidade, inclusive as acusações do partido governista de que gravou suas reuniões com membros do gabinete de Kuczynski em segredo para desestabilizar o governo.
"Venho sendo alvo de grandes ataques da mídia", afirmou Alarcón em uma apresentação diante do Congresso. Ele disse que se espera que o próximo controlador-geral faça vista grossa para contratos governamentais irregulares.