NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O Conselho de Segurança da ONU deverá votar neste domingo uma resolução rascunhada pela França que visa garantir que autoridades da ONU possam monitorar as retiradas de pessoas de partes sitiadas da cidade síria de Aleppo e a proteção dos civis que restaram.
O texto, visto pela Reuters no sábado, também "enfatiza que as retiradas de civis devem ser voluntárias e as destinações finais de sua escolha, e a proteção deve ser fornecida a todos os civis que escolheram ou foram forçados a serem retirados e àqueles que optaram ficar em suas casas". A votação foi agendada para a manhã de domingo, segundo diplomatas.
Não ficou imediatamente claro como a Rússia votaria na resolução da ONU escrita pela França. Antes de o rascunho circular no Conselho, o embaixador russo da ONU Vitaly Churkin disse na sexta-feira: "Se é uma iniciativa sensível e vemos isso no papel, porque não entreter essa iniciativa?".
A Rússia, país aliado de Damasco que providenciou apoio militar às tropas do presidente sírio Bashar al-Assad, vetou seis resoluções do Conselho de Segurança sobre a Síria desde que o conflito começou em 2011. A China se juntou a Moscou, vetando cinco resoluções.
A proposta de resolução pede ao Secretário-Geral da ONU Ban Ki-moon para "redistribuir a equipe humanitária das Nações Unidas que já estão em campo para realizar o monitoramento adequado e neutro, a observação direta e reportar as retiradas de partes sitiadas de Aleppo e proteger os civis dentro de Aleppo".
Ela pede que Ban providencie mais equipe caso necessário e demanda que todas as partes permitam um acesso completo, imediato, incondicional, seguro e sem impedimentos às Nações Unidas e seus parceiros de implementação.
O texto pede que o Secretário-Geral da ONU reporte ao Conselho sobre a implementação da resolução cinco dias após sua adoção.
Uma repressão por parte de Assad a manifestantes pró-democracia em 2011 levou a uma guerra civil e militantes do Estado Islâmico usaram o caos para conquistar territórios da Síria e do Iraque. Metade das 22 milhões de pessoas da Síria foram deslocadas e mais de 400 mil mortas.
(Por Michelle Nichols)