Por Andy Bruce e Guy Faulconbridge
LONDRES (Reuters) - O Partido Conservador do Reino Unido está a caminho de obter sua maioria mais robusta no Parlamento desde 1987 na eleição de 12 de dezembro, de acordo com uma nova pesquisa, o que daria ao primeiro-ministro Boris Johnson a autoridade para tirar o país da União Europeia.
O modelo desenvolvido pelo instituto de pesquisas YouGov, que previu o resultado eleitoral de 2017 com exatidão, mostrou que os conservadores devem conquistar 359 das 650 cadeiras, o que seria seu melhor resultado desde a vitória de Margaret Thatcher em 1987.
Johnson prometeu concretizar o Brexit até 31 de janeiro se vencer depois de quase quatro anos de uma crise política que chocou os aliados de uma nação antes considerada um dos pilares da estabilidade econômica e política do Ocidente.
Desde que o Reino Unido votou pela desfiliação da UE em um referendo de junho de 2016, Johnson e sua antecessora, Theresa May, tentaram fechar acordos para deixar o bloco de 28 membros através do Parlamento em vão por carecerem de uma maioria.
"Nossa primeira projeção do modelo MRP para a eleição de 2019 aponta que, desta vez, os conservadores estão a caminho de uma maioria", disse Anthony Wells, diretor de pesquisa política e social do YouGov.
"A guinada para o Partido Conservador é maior em áreas que votaram para sair em 2016, e o grosso dos ganhos projetados para os torys vem do norte e das Midlands Ocidentais urbanas, além dos ex-assentos de mineiros das Midlands Orientais", disse Wells.
A libra esterlina, que subiu quando os rumores sobre os resultados da pesquisa circularam, disparou quando ela foi publicada, aumentando meio centavo em minutos e atingindo uma alta diária de 1,2948 dólar.
O Partido Trabalhista, principal sigla da oposição, deve assegurar 211 cadeiras, menos do que as atuais 262, segundo o modelo YouGov. O Partido Nacional Escocês (SNP) deve levar 43, os liberal-democratas 13 e o Partido do Brexit não deve conquistar assentos.
O modelo YouGov compilou dados de mais de 100 mil entrevistas feitas ao longo de sete dias, além de dados demográficos, circunstâncias específicas de redutos eleitorais e estatísticas nacionais para sua projeção -- e apontou que a votação está nas mãos de Johnson.
De acordo com o modelo, os conservadores ganharão 47 vagas: 44 dos trabalhistas, duas dos liberais-democratas e aquela anteriormente ocupada pelo presidente do Parlamento. Os trabalhistas não devem conquistar nenhuma cadeira nova.