Por Tom Miles e John Irish
GENEBRA (Reuters) - Nenhum avanço foi prometido nas conversas de paz da Síria em Genebra, e de fato nenhum ocorreu. Mas mesmo com a aproximação do fim das primeiras negociações lideradas pela Organização das Nações Unidas (ONU) em quase um ano nesta sexta-feira, nenhum dos lados desistiu e ambos comemoraram pequenas vitórias.
O mediador da ONU, Staffan de Mistura, ainda não conseguiu que os negociadores rivais conversem entre si, mas se reuniu com ambos em sequência ao longo de sete dias para tentar combinar a estrutura das rodadas futuras e manter o processo vivo.
Ele lhes entregou um documento preliminar logo no início para estabelecer suas regras básicas. "Espero que, até o final desta rodada, tenhamos um entendimento comum mais profundo de como podemos proceder em rodadas futuras na discussão de cada conjunto de temas", disse o texto, referindo-se a seu plano de segmentar as conversas em três tópicos principais.
O negociador do governo sírio, Bashar al-Ja'afari, pressionou para adicionar o "contraterrorismo" como quarto tópico, além da formulação de uma nova constituição, novas eleições e uma governança reformada. Ja'afari diz que a exigência foi aceita por De Mistura, embora não tenha havido confirmação do mediador.
"Sete dias para encontrar uma pauta não é perda de tempo", sustentou Ja'afari, negociador veterano cujo emprego formal é o de embaixador na ONU em Nova York.
Seu opositor, o negociador-chefe da oposição, Nasr al-Hariri, também crê que as coisas estão saindo como ele quer, já que afirma que Ja'afari fez a concessão de falar sobre uma "transição política" – até então uma frase tóxica para o governo do presidente sírio, Bashar al-Assad.
"O processo político não é um processo fácil, não pode ser concluído em uma ou duas semanas. É preciso mais esforço, é preciso mais tempo", disse Hariri.