Por Hyonhee Shin e Joyce Lee
SEUL (Reuters) - A Coreia do Norte testou dois novos mísseis balísticos de curto alcance nesta quinta-feira, disseram autoridades sul-coreanas, o primeiro teste do tipo desde que seu líder, Kim Jong Un, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concordaram em retomar as conversas sobre a desnuclearização no mês passado.
A Coreia do Sul, que apoia os esforços de Coreia do Norte e EUA para encerrar anos de hostilidade, exortou sua vizinha do norte a evitar atos que não ajudam a amenizar a tensão, dizendo que os testes representam uma ameaça militar à península coreana.
O Conselho de Segurança Nacional sul-coreano disse acreditar que os projéteis são um novo tipo de míssil balístico, mas que fará uma avaliação definitiva com os EUA.
Lançar um míssil balístico seria uma violação de resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que proíbem Pyongyang de usar tal tecnologia. A Coreia do Norte rejeitou a restrição, que vê como uma infração de seu direito soberano à autodefesa.
O regime lançou os mísseis de Wonsan, cidade litorânea do leste. Um deles voo cerca de 430 quilômetros, e o outro 690 quilômetros, sobre o mar, e ambos atingiram uma altitude de 50 quilômetros, disse um funcionário do Ministério da Defesa sul-coreano.
Alguns analistas disseram que Pyongyang parecer ter voltado a testar mísseis que lançou em maio, mas duas autoridades militares sul-coreanas disseram que os mísseis parecem ter um projeto novo.
O lançamento cria novas dúvidas sobre os esforços para retomar as conversas travadas sobre a desnuclearização depois que Trump e Kim se encontraram na zona desmilitarizada (DMZ) entre as duas Coreias no início de junho.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, e o ministro das Relações Exteriores sul-coreano, Ri Yong Ho, deveriam se encontrar nos bastidores de um fórum de segurança do sudeste asiático em Bancoc na próxima semana.
Mas uma fonte diplomática disse à Reuters nesta quinta-feira que Ri cancelou sua participação na conferência.
A Casa Branca, o Pentágono e o Departamento de Estado dos EUA não responderam de imediato a pedidos de comentário.
Depois que Trump e Kim se reuniram no mês passado, EUA e Coreia do Norte se comprometeram a realizar uma nova rodada de conversas de trabalho em breve, mas desde então Pyongyang criticou duramente os exercícios militares próximos entre tropas norte-americanas e sul-coreanas.