Por Hyonhee Shin
SEUL (Reuters) - A Coreia do Norte conduziu testes de um míssil de cruzeiro de longo alcance atualizado e de uma ogiva de um míssil taticamente guiado nesta semana, enquanto o líder Kim Jong Un visitou uma fábrica de munições que está produzindo um "grande sistema de armas", anunciou a agência estatal KCNA nesta sexta-feira.
As tensões estão em alta por conta da série de seis testes de armas da Coreia do Norte em 2022, sequência que está entre o maior número de lançamentos já feitos em um mês. Os testes provocaram críticas internacionais e pressão por novas sanções dos Estados Unidos.
Uma atualização de um sistema de míssil de cruzeiro de longo alcance foi testada na terça-feira, e um outro teste foi realizado para confirmar o poder de uma ogiva convencional em um míssil tático guiado de superfície a superfície na quinta-feira, afirmou a KCNA.
Kim não compareceu aos testes, mas durante uma visita à fábrica de munições, saudou "os saltos de progresso na produção de grandes armas" para implementar as decisões do Partido dos Trabalhadores tomadas em uma reunião no mês passado, apontou uma notícia separada.
"A fábrica detém uma posição muito importante e um dever de modernizar as Forças Armadas do país e de realizar a estratégia de desenvolvimento da defesa nacional", disse Kim.
A KCNA não especificou a localização da fábrica de armamentos. Kim pediu o aumento das defesas nacionais para combater uma situação internacional instável naquela reunião do partido.
Na semana passada, a Coreia do Norte afirmou que iria aumentar suas defesas contra os Estados Unidos e que avaliava retomar "todas as atividades suspensas temporariamente", oferecendo pistas de que irá suspender uma moratória auto-declarada sobre os testes de bombas nucleares e de mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs).
Na fábrica, Kim convocou uma "campanha geral" para produzir "armas poderosas de tecnologia de ponta" e os trabalhadores aplaudiram sua devoção para "esmagar os desafios dos imperialistas dos EUA e de suas forças vassalas" que buscam violar o direito dos norte-coreanos à autodefesa, classificando-os como "as piores adversidades da história".
Pyongyang defendeu seus lançamentos de mísseis como um direito soberano à autodefesa e acusou Washington e Seul de utilizarem dois pesos e duas medidas para criticar os testes de armamentos.
As armas nucleares ou ICBMs não são testadas na Coreia do Norte desde 2017, mas uma série de lançamentos mísseis balísticos de curto alcance (SRBM) começou após a paralisação das negociações pela desnuclearização após uma cúpula fracassada com os Estados Unidos em 2019.
O secretário de Imprensa do Departamento de Defesa dos EUA John Kirby condenou os últimos lançamentos como "desestabilizadores" e pediu que Pyongyang "pare essas provocações".
A União Europeia também emitiu nota dizendo que os testes representam uma ameaça à paz e à segurança internacional e regional e prejudicam as iniciativas para retomar o diálogo e ajudar o povo norte-coreano.
(Por Hyonhee Shin)