SEUL (Reuters) - A Coreia do Norte disse neste domingo que suas intenções de desnuclearização, reveladas em uma histórica conferência inter-coreana, não eram resultante da pressão e das sanções lideradas pelos Estados Unidos, alertando os norte-americanos a não desorientarem a opinião pública.
A empobrecida Coreia do Norte tem sido alvo de uma série de sanções da ONU e dos Estados Unidos nos últimos anos em uma campanha para cercear seus programas nucleares e de mísseis.
O líder norte-coreano Kim Jong Un e o sul-coreano Moon Jae-in prometeram "completa desnuclearização" da península coreana na primeira conferência inter-coreana em mais de uma década no dia 27 de abril.
A declaração, no entanto, não incluiu passos concretos para atingir esse objetivo.
A agência de notícias oficial da Coreia do Norte KCNA disse que Washington estaria "desorientando a opinião pública" ao reivindicar que a promessa de desnuclearização era resultante das sanções e de outras pressões.
Os Estados Unidos não deveriam "provocar deliberadamente" o Norte ao deslocar ativos estratégicos na Coreia do Sul e levantar questões de direitos humanos, disse a KCNA, citando um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.
"Esse ato não pode ser entendido de outra maneira a não ser como uma tentativa perigosa de arruinar a atmosfera de diálogo conseguida a duras penas, trazendo a situação de volta ao início", disse o porta-voz.
Não seria favorável para resolver a questão da desnuclearização se Washington interpretasse a "intenção de paz" da Coreia do Norte como um sinal de fraqueza e continuasse em seu caminho de pressão e ameaças militares, disse a KCNA.
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que planeja encontrar Kim nas próximas semanas, disse que irá manter sanções e pressão no Norte e que "não irá repetir os erros dos governos anteriores", afirmando que sua postura firme levou ao progresso nas negociações.
(Reportagem de Haejin Cho e Hyonhee Shin)