Por Josh Smith e Jack Kim
SEUL (Reuters) - A Coreia do Norte lançou ao menos dois mísseis balísticos de alcance curto nesta sexta-feira, disseram os militares da Coreia do Sul, pouco depois de o Norte descrever o presidente sul-coreano como "imprudente" e declarar que as conversas intercoreanas estão encerradas.
Pyongyang protestou contra exercícios militares conjuntos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul iniciados na semana passada, e em grande parte simulados em computadores, classificando-os como um ensaio de guerra, e também disparou vários mísseis de alcance curto nas últimas semanas.
A Coreia do Norte disparou mais dois projéteis de alcance curto no mar de seu litoral leste na manhã desta sexta-feira, disse o Estado-Maior Conjunto sul-coreano (JCS) em um comunicado.
O Ministério da Defesa do Japão disse não ter visto nenhuma ameaça de segurança iminente no lançamento de projéteis mais recente.
Uma autoridade dos EUA que pediu anonimato disse que informações iniciais indicaram que ao menos um projétil foi disparado pela Coreia do Norte e que este pareceu semelhante aos mísseis de alcance curto disparados em semanas anteriores. Outro funcionário disse que os EUA estão consultando a Coreia do Sul e o Japão.
Uma autoridade do Ministério da Defesa de Seul disse que o teste mais recente envolveu tecnologia balística e que uma análise detalhada está sendo feita com os EUA, existindo a possibilidade de os norte-coreanos terem disparado o mesmo tipo de míssil que usaram em 10 de agosto.
Os mísseis foram lançados pouco após as 8h locais desta sexta-feira e percorreram cerca de 230 quilômetros a uma altitude de 30 quilômetros, disse o JCS.
Os lançamentos complicaram as tentativas de reiniciar as conversas entre negociadores dos EUA e da Coreia do Norte sobre o futuro dos programas de armas nucleares e mísseis balísticos de Pyongyang.
As conversas de desnuclearização estão travadas, apesar de um compromisso assumido pelo presidente norte-americano, Donald Trump, e pelo líder norte-coreano, Kim Jong Un, em uma reunião de 30 de junho para retomá-las.
Mais cedo nesta sexta-feira , Pyongyang rejeitou uma promessa feita um dia antes pelo presidente sul-coreano, Moon Jae-in, de pedir conversas com seu vizinho do norte e de unificar as duas Coreias até 2045.
A perda de ímpeto no diálogo entre as Coreias e o impasse na implantação de compromissos assumidos em uma cúpula histórica entre os dois líderes no ano passado é de inteira responsabilidade de Seul, disse um porta-voz da Coreia do Norte.