Por Josh Smith
SEUL (Reuters) - Mais de 1,5 milhão de pessoas, entre elas "dezenas de milhares" de estrangeiros, assistiram às novas apresentações em massa da Coreia do Norte, afirmou a mídia estatal nesta quinta-feira, acrescentando que o espetáculo será prorrogado devido à demanda popular.
A "Grande Performance Ginástica e Artística 'O País Glorioso'" foi lançada com estardalhaço pelo líder norte-coreano, Kim Jong Un, no dia 9 de setembro com a presença de centenas de jornalistas internacionais.
Os primeiros Jogos de Massa do país em cinco anos deram a Kim a chance de obter moeda estrangeira em um momento em que o turismo é uma das poucas fontes de renda confiáveis restantes em meio a duras sanções da ONU contra Pyongyang em reação ao seus programas nuclear e de mísseis.
Até o meio de outubro ao menos 1,53 milhão de pessoas haviam assistido às apresentações, disse o vice-ministro da Cultura, Ri Sun Chol, à agência de notícias estatal KCNA.
"Ela está provocando outra rodada de entusiasmo intenso", disse Ri. A KCNA noticiou que os jogos criaram "um verdadeiro delírio entre as pessoas".
Citando grande procura, Ri disse que as apresentações serão prorrogadas, sem especificar por quanto tempo durarão.
Agências de turismo ocidentais disseram em redes sociais que os jogos se estenderão ao menos até o final de outubro.
As performances foram criticadas por grupos de direitos humanos, que as consideraram equivalentes a trabalho infantil forçado, e depoimentos colhidos por grupos de desertores relatam regimes de treinamento brutais.
A estreia do espetáculo em um estádio que a Coreia do Norte diz acolher 150 mil pessoas contou com exibições de alta tecnologia com formações brilhantes de drones, lasers e projeções de luz.
Milhares de dançarinos, ginastas, lutadores de artes marciais e cantores interpretaram cenas de temas recorrentes na propaganda norte-coreana.
Em meados de setembro os jogos também foram palco de um discurso inédito do presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, que visitava Pyongyang para uma cúpula com Kim.
Ao contrário do que se viu em shows norte-coreanos no passado, as novas apresentações descartaram temas anti-Estados Unidos ou exibições de armas nucleares e mísseis balísticos, em vez disso mostrando cenas que enfatizam a campanha diplomática de Kim e os planos de desenvolvimento econômico do país.