Por Josh Smith
SEUL (Reuters) - A Coreia do Norte suspendeu conversas de alto nível com a Coreia do Sul previstas para quarta-feira devido a exercícios militares conjuntos de sul-coreanos e norte-americanos e alertou que uma cúpula no próximo mês entre seu líder, Kim Jong Un, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode estar em risco.
A Agência Coreana Central de Notícias, da Coreia do Norte, chamou de "provocação" os exercícios militares conjuntos de EUA e Coreia do Sul e disse que Pyongyang não tem escolha a não ser suspender as negociações.
"Esse exercício, que nos tem como alvo, que está acontecendo na Coreia do Sul, é um desafio flagrante à Declaração de Panmunjon e uma provocação militar intencional que vai contra o desenvolvimento político positivo na Península Coreana", disse a agência KCNA.
"Os EUA também terão que empreender cuidadosas deliberações sobre o destino da planejada cúpula norte-coreana e norte-americana, à luz desse tumulto militar provocativo conduzido em conjunto com as autoridades sul-coreanas."
Trump e Kim têm uma reunião agendada para Cingapura em 12 de junho para uma cúpula que até recentemente parecia impossível devido aos insultos e ameaças que os dois líderes trocaram durante o ano passado, em decorrência do desenvolvimento de mísseis nucleares norte-coreanos capazes de atingir os Estados Unidos.
Heather Nauert, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, disse que não tinha informações da Coreia do Norte sobre a ameaça de cancelar a cúpula e que continuava o planejamento para a reunião.
A Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Qualquer cancelamento da cúpula, a primeira reunião entre os líderes norte-americano e norte-coreano, representaria um grande revés nos esforços de Trump para conseguir a maior conquista diplomática de sua Presidência.
A reunião entre as duas Coreias deveria se concentrar nos planos para implementar uma declaração emitida após uma cúpula inter-Coreia em 27 de abril na fronteira da vila de Panmunjom, incluindo promessas de encerrar formalmente a Guerra da Coreia e buscar "desnuclearização completa", informou o ministério de unificação da Coreia do Sul, que lida dos laços com a Coreia do Norte, nesta terça-feira.