Por Ju-min Park
SEUL (Reuters) - A Coreia do Sul disse nesta quinta-feira que pode retaliar os últimos limites de exportação impostos pelo Japão para materiais de alta tecnologia, já que uma disputa relativa ao trabalho forçado em tempos de guerra ameaçou interromper o fornecimento global de chips de memória e smartphones.
A Samsung e a SK Hynix - maiores fabricantes de chips de memória do mundo, e fornecedores da Apple e da Huawei - podem enfrentar atrasos se as medidas que entraram em vigor nesta quinta-feira se arrastarem.
"A implementação de medidas correspondentes contra o Japão não pode ser descartada", disse o ministro das Finanças, Hong Nam-ki, à rádio sul-coreana. Ele disse que a disputa comercial pode causar "danos infelizes às economias coreana e japonesa".
A disputa é o mais recente ponto crítico em um conflito sobre os esforços sul-coreanos de buscar indenização pelo uso do trabalho forçado em tempos de guerra pelo Japão, que obteve um novo impulso vindo de decisões judiciais sul-coreanas no ano passado.
As restrições às exportações de três materiais usados em chips sul-coreanos e telas de smartphones, anunciadas pelo Japão na segunda-feira, atrapalharão a cadeia de fornecimento global, disse o ministro do Comércio da Coréia do Sul.
O Japão responde por 70% a 90% da produção dos três materiais, segundo a imprensa japonesa, dificultando a busca de fontes alternativas de fornecimento pelas fabricantes de chips sul-coreanas.
"Isso representará uma enorme incerteza e ameaça para a economia global ao abalar a cadeia global de suprimentos", disse o ministro do Comércio, Yoo Myung-hee, em uma reunião de grupos industriais nesta quinta-feira.