BAGDÁ (Reuters) - Moradores de uma cidade ao norte de Bagdá encontraram 12 corpos com ferimentos de bala característicos de execuções nesta segunda-feira, depois de intensos combates entre insurgentes sunitas rivais que podem desfazer uma coalizão que ocupou boa parte do norte e do oeste do Iraque.
O incidente indica uma intensificação nas disputas internas entre o Estado Islâmico e outros grupos sunitas, como apoiadores do ex-ditador Saddam Hussein, que se uniram à dissidência da Al Qaeda no mês passado por conta do ódio comum pelo governo liderado por xiitas.
A polícia de Muqdadiya, cidade 80 quilômetros a nordeste da capital, informou que os moradores da cidade vizinha de Saadiya encontraram os 12 cadáveres depois de embates de domingo para segunda-feira entre combatentes do Estado Islâmico e o Exército Naqshbandi, grupo liderado por aliados de Saddam.
Desde que o Estado Islâmico tomou cidades iraquianas e proclamou seu líder o califa de todos os muçulmanos no mês passado, aumentam os sinais de conflito com outros grupos sunitas que não necessariamente compartilham de sua rejeição das fronteiras do Iraque ou sua interpretação severa do islamismo.
Washington, que recrutou outros combatentes sunitas para derrotar a Al Qaeda durante a ofensiva de 2006-2007, espera que outros sunitas novamente se voltem contra o Estado Islâmico e possam ser atraídos de volta para um governo compartilhado em Bagdá.
A Casa Branca tem feito pressão por um governo inclusivo, mas até agora o primeiro-ministro, o xiita Nuri al-Maliki, ignorou os pedidos de sunitas e curdos para que renuncie em favor de uma figura menos polarizadora que daria mais voz aos sunitas.
Saadiya, de maioria sunita, foi tomada por militantes do Estado Islâmico em 10 de junho, mesmo dia em que Mossul caiu nas mãos dos insurgentes.
(Reportagem de Isra'al-Rubei'i e Maggie Fick)