Por Andy Sullivan e David Shepardson
WASHINGTON (Reuters) - A Agência reguladora interna do Serviço Postal dos Estados Unidos está investigando cortes de gastos que atrasam entregas e alarmaram parlamentares antes das eleições presidenciais, na qual até metade dos eleitores norte-americanos poderão votar por correspondência, disse um assessor parlamentar nesta sexta-feira.
O inspetor-geral do Serviço Postal também irá examinar possíveis conflitos de interesse envolvendo o novo diretor-geral, Louis DeJoy, que doou 2,7 milhões de dólares para o presidente Donald Trump e seus colegas republicanos, de acordo com Saloni Sharma, uma porta-voz da senadora democrata Elizabeth Warren, que pediu a investigação.
DeJoy possui milhões de dólares em ações de concorrentes e clientes do Serviço Postal, de acordo com um formulário de transparência financeira de sua esposa.
O gabinete do inspetor-geral está "conduzindo um grupo de trabalho para abordar as preocupações levantadas", disse a porta-voz Agapi Doulaveris.
A investigação acontece ao mesmo tempo em que o Serviço Postal está alertando Estados de que existe um "risco considerável" de os eleitores não terem tempo suficiente para preencher e enviar seus votos respeitando as leis estaduais atuais, que permitem que estes solicitem cédulas a poucos dias da eleição. O jornal The Washington Post reportou que o Serviço Postal avisou um total de 46 dos 50 Estados e do Distrito de Columbia.
As cartas ressaltam a possibilidade de um número significativo de votos pelo correio para a eleição presidencial de 3 de novembro não ser contado se estes forem devolvidos muito tarde.
"As autoridades eleitorais estaduais e municipais precisam entender e levar em conta nossos padrões operacionais e cronogramas recomendados", disse a porta-voz do Serviço Postal, Martha Johnson.
As autoridades eleitorais estão correndo para se preparar para uma avalanche de votos pelo correio, já que os norte-americanos estão evitando aglomerações devido à pandemia de coronavírus, que levou muitos Estados a facilitarem esta modalidade de votação.
O presidente Donald Trump, que aparece atrás do rival democrata Joe Biden em pesquisas de opinião, rejeita uma votação postal em larga escala, dizendo sem provas que ela pode levar a uma fraude. Biden e outros democratas acusam Trump de tentar desestimular o voto pelo correio por acreditar que isso aumentaria suas chances de se reeleger.
Especialistas eleitorais dizem que a votação postal é tão segura quanto qualquer outro método.