Por Feyi Adegbite
PARIS (Reuters) - O cineasta britânico Terry Gilliam terá que esperar até quarta-feira para saber se o filme sobre Don Quixote que ele passou quase duas décadas empenhado em filmar poderá ser exibido no Festival Internacional de Cinema de Cannes, que começa nesta semana.
Nesta segunda-feira um tribunal de Paris ouviu uma ação civil que pede a proibição da exibição, apresentada por um produtor que diz deter os direitos de "The Man who Killed Don Quixote". A corte informou que dará seu veredicto na tarde de quarta-feira.
Isso prorroga a agonia de Gilliam, ex-membro do Monty Python cujo esforço de filmagem vem sendo assolado por infortúnios. Uma versão inicial, estrelada por Johnny Depp e Vanessa Paradis, foi abandonada em 2000.
O filme deve encerrar o festival de Cannes deste ano, que será inaugurado na terça-feira, sendo exibido após a cerimônia de premiação de 19 de maio – mas isso depende do parecer do tribunal.
O advogado de Gilliam disse que ele tem esperança de que a liminar será negada.
"Nós demonstramos que este dano é fruto da imaginação deles", disse Benjamin Sarfati aos repórteres do lado de fora da corte.
"... É hora de o filme ser visto. O desejo mais poderoso de Terry Gilliam é que o filme possa encontrar sua plateia."
Paulo Branco, que entrou com o processo, disse: "O conflito com Terry Gilliam é algo muito mais profundo do que o que foi visto hoje, isso é simplesmente uma questão de dinheiro. Não é isso".