Por Paul Day
MADRI (Reuters) - Um tribunal regional da Espanha confirmou um veredicto polêmico que inocentou cinco homens da acusação de estupro coletivo de uma mulher de 18 anos durante o Festival de San Fermín de Pamplona, um caso que provocou protestos contra o chauvinismo e o abuso sexual em todo o país.
A corte de Navarra confirmou penas de nove anos de prisão para os homens --que chamavam a si mesmos de "Alcateia" e fizeram piada sobre o incidente de 2016 em um grupo de Whatsapp-- pelo crime menor de abuso sexual.
O procurador federal havia pedido penas de mais de 20 anos para cada um por estupro, o que na Espanha exige que o demandante apresente provas de violência específicas, como ter sido ameaçado com uma faca ou recebido golpes físicos.
Embora o veredicto tenha reconhecido que os homens abusaram da jovem na entrada de um edifício residencial, um incidente que eles gravaram com seus celulares, a ausência de violência física impediu que fossem condenados por estupro, de acordo com a lei espanhola.
Em julho o governo anunciou planos para mudar o código penal do país para facilitar as condenações por estupro.
"A pena reforça a necessidade de fazer mudanças precisas nos crimes de estupro e violência sexual e de diferenciá-los do abuso", disse a vice-primeira-ministra, Carmen Calvo, no Twitter (NYSE:TWTR) nesta quarta-feira.