PARIS (Reuters) - A Corte Europeia de Direitos Humanos condenou a Rússia, nesta terça-feira, pela maneira como lidou com os protestos da banda punk russa Pussy Riot na catedral de Moscou em 2012, dizendo que as integrantes do grupo foram sujeitas a tratamento humilhante e julgamento excepcionalmente severo.
A banda anti-Kremlin é conhecida por uma série de protestos de destaque, incluindo, mais recentemente, a invasão de campo por ativistas durante a final da Copa do Mundo, no domingo, em Moscou.
Três ativistas foram processadas em tribunais russos por realizarem uma "oração punk" na principal catedral ortodoxa de Moscou em protesto contra o presidente Vladimir Putin há seis anos.
Maria Alyokhina e Nadezhda Tolokonnikova passaram quase dois anos presas.
O tribunal, que ordenou a Rússia a pagar um total de 48.760 euros em indenizações e gastos judiciais, disse em sua decisão que "aceitou que uma reação à violação das regras de conduta em um local de culto religioso poderia ter sido justificada".
"Entretanto, considerou que condená-las à prisão simplesmente por usarem roupas coloridas, balançarem seus braços e pernas e usarem linguagem forte, sem analisar as letras de sua música ou o contexto de sua performance, foi excepcionalmente severo".
Não houve reação imediata à decisão por parte da Rússia, que tem expressado insatisfação com diversas decisão da corte, que regulamenta a Convenção Europeia dos Direitos Humanos.
(Reportagem de Gilbert Reilhac e Ingrid Melander; Reportagem adicional de Gabrielle Tetrault-Farber)