UPPSALA, Suécia (Reuters) - Um tribunal da Suécia rejeitou nesta segunda-feira um pedido de procuradores para que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, seja detido mesmo ausente devido a uma alegação de estupro de 2010.
Assange, que é cidadão australiano, está cumprindo uma pena de 50 semanas de prisão no Reino Unido por violar a condicional depois de passar sete anos abrigado na embaixada equatoriana em Londres para evitar uma extradição para a Suécia. Ele nega a acusação de estupro.
O veredicto desta segunda-feira significa que o procurador sueco não pode, a esta altura, pedir sua extradição do Reino Unido. Os Estados Unidos já solicitaram a extradição de Assange devido a acusações de conspiração. Se o Reino Unido aceitar o pedido antes de a Suécia fazer sua própria reivindicação, Assange será enviado aos EUA.
Outro fator incitando o procurador sueco a agir rapidamente é que a acusação do suposto estupro prescreve em agosto de 2020.
Mas o advogado de defesa Per Samuelson argumentou que o encarceramento de Assange no Reino Unido significa que não existe risco de fuga.
"Ele ficará na prisão por ao menos meio ano, e está detido a pedido dos Estados Unidos. Então não faz sentido detê-lo na Suécia também", disse Samuelson.
Procuradores suecos descartaram a investigação de estupro em 2017, mas a reabriram depois que o Equador rescindiu sua concessão de asilo a Assange em abril, permitindo que a polícia britânica o prendesse.
"A investigação (de estupro) continua com entrevistas na Suécia. Também emitirei uma Ordem de Investigação Europeia para entrevistar Julian Assange", disse a procuradora Eva-Marie Persson em um comunicado após o veredicto desta segunda-feira.
(Por Anna Ringstrom, Niklas Pollard e Simon Johnson)