CARACAS (Reuters) - Uma faixa da costa oeste da Venezuela com praias imaculadas e ecossistemas frágeis, como manguezais e recifes de corais, pode precisar de mais de meio século para se recuperar completamente dos impactos ambientais de um recente vazamento de petróleo, afirmou uma pesquisadora nesta quarta-feira.
“Projetamos que as consequências negativas aos ecossistemas e seus componentes podem durar 50 anos ou mais”, afirmou Julia Álvarez, bióloga da Sociedade Venezuelana de Ecologia (SVE), a repórteres.
Álvarez acrescentou que a área também era casa de moluscos que provavelmente morreram instantaneamente ao contato com o óleo, o que ameaça o sustento de pescadores da região, em um momento de severa contração econômica na Venezuela.
Pesquisadores independentes e parlamentares de oposição disseram que o derramamento provavelmente se originou na refinaria El Palito, no Estado de Carabobo, citando imagens de satélite que mostravam manchas perto da refinaria no final de julho, dias antes de o óleo começar a se espalhar pelas costas do Parque Nacional Morrocoy.
O ministério ambiental da Venezuela, conhecido como Ministério de Ecossocialismo, disse que conseguiu conter o derramamento e estava trabalhando para limpar a área afetada, mas as autoridades não comentaram sobre as causas do vazamento, nem sobre a quantidade ou tipo de vazamento.
(Reportagem de Vivian Sequera e Corina Ponsin)