Por Robin Pomeroy
CANNES, França (Reuters) - Um refugiado sírio é baleado pela polícia de fronteira mas, ao invés de morrer, descobre que consegue voar em "Jupiter's Moon", um filme sobre a crise de imigração da Europa que deixou a audiência do Festival Internacional de Cinema de Cannes perplexa.
O diretor Kornel Mundruczo, da Hungria, que adotou uma postura particularmente dura em relação à imigração, chamou "Jupiter's Moon" de "um filme político provocante" mas também "alegremente divertido".
"Definitivamente não é um filme que você consegue classificar facilmente --você precisa de tempo depois do filme para descobrir suas próprias respostas", disse Mundruczo em coletiva de imprensa nesta sexta-feira.
Concorrendo ao prêmio Palme d'Or, o título do filme é uma referência a uma das luas da órbita de Júpiter que se especula que abrigue vida. A lua é chamada de Europa, o lugar onde milhões de imigrantes estão tentando chegar.
"É um pássaro? É um avião? É uma sátira da paranoia antirrefugiados? É uma parábola religiosa de culpa e redenção? É um mito europeu artístico da origem de um super-herói? escreveu Peter Bradshaw, do jornal The Guardian, finalmente definindo "Jupiter's Moon" como um "filme confusamente ambicioso e muito longo com algumas ótimas imagens".
Críticos elogiaram os efeitos visuais do voo e as cenas espetaculares de perseguição, mas acharam o simbolismo desajeitado e/ou indecifrável.
"Você vai acreditar que um homem pode voar no impressionantemente bem gravado thriller sobrenatural de imigrantes de Kornel Mundruczo, mas você pode não entender o que isso quer dizer", escreveu Jessica Kiang da Variety.
O festival acontece até o dia 28 de maio. OLBRENT Reuters Brazil Online Report Entertainment News 20170519T172616+0000