CARACAS (Reuters) - A Venezuela apresentou nesta terça-feira um cronograma para um potencial referendo revogatório contra o presidente Nicolás Maduro, que aparentemente torna improvável uma votação neste ano, em um movimento criticado pela oposição como um esforço para favorecer o governista Partido Socialista.
O momento do recall é fundamental, porque se Maduro for afastado ainda este ano, novas eleições serão realizadas. As pesquisas sugerem que ele perderia uma eleição em meio ao descontentamento com a escassez de produtos e inflação de três dígitos. Já a saída de Maduro no próximo ano levaria o vice-presidente a assumir o comando do país até o início de 2019.
Uma petição para recolher assinaturas de 20 por cento dos eleitores registrados, que é o próximo passo no processo de recall, "provavelmente" ocorrerá no final de outubro, disse Tibisay Lucena, presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) em comentários televisionados, acrescentando que isso depende se a oposição solicitou corretamente a votação.
Ela disse que outubro é apenas uma estimativa, e que data precisa somente será conhecida em alguma semanas.
De acordo com o cronograma apresentado, o referendo não deve ocorrer antes de dezembro. Mais provavelmente, terá lugar em meados de fevereiro, fim do período de 90 dias em que o Conselho Nacional Eleitoral deve convocar a votação.
Durante o esforço fazer o referendo revogatório, o CNE sempre usou o período máximo permitido pela legislação.
Líderes da oposição rapidamente condenaram o anúncio, dizendo que o CNE está protelando o processo para o benefício de Maduro. O conselho tem sido acusado por anos de favorecer o Partido Socialista.
(Por Brian Ellsworth)