Por Sarah Marsh e Nelson Acosta
HAVANA (Reuters) - Cuba disse na quarta-feira que frustrou um complô sério, cuja meta era desestabilizar o país, evitando que o chefe da Organização dos Estados Americanos (OEA) viajasse à ilha para participar de uma cerimônia de premiação organizada por dissidentes.
O grupo de oposição, que o governo afirma ser "anticubano e ilegal", havia convidado o secretário-geral da OEA, Luis Almagro, a ir a Havana para homenageá-lo por chamar atenção para violações de direitos humanos nas Américas.
Cuba, que vê a entidade sediada em Washington como um instrumento imperialista dos Estados Unidos, apesar de sua reaproximação recente com seu ex-inimigo da Guerra Fria, negou vistos a Almagro e a outros convidados internacionais e emitiu um comunicado contundente.
O incidente ocorreu em um momento delicado, já que o presidente dos EUA, Donald Trump, está estudando se continua a normalizar as relações com o país caribenho.
"O plano... consistiu em fazer em Havana uma provocação aberta e séria contra o governo cubano, criando instabilidade interna, prejudicando a reputação internacional do país", disse o comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
A pasta acusou Almagro de ter "uma pauta ambiciosa de autopromoção, com ataques contra governos progressistas como aqueles de Venezuela, Bolívia e Equador".
Em uma carta aos dissidentes, Almagro disse ter garantido às autoridades cubanas que não tem uma pauta contrária a Cuba.