HAVANA (Reuters) - O governo comunista de Cuba está preparado caso o governo dos Estados Unidos, comandado por Donald Trump, corte relações diplomáticas com a ilha, embora espere que isso não aconteça, afirmou um importante diplomata cubano nesta segunda-feira.
As relações foram restabelecidas cinco anos atrás, no governo do ex-presidente Barack Obama, após meio século de hostilidades. Washington aliviou as restrições comerciais e de viagem, Obama visitou Havana, e os antigos inimigos na época da Guerra Fria pareciam estar a caminho de normalizar as relações.
Mas no governo do republicano Trump tudo mudou. Atacando o socialismo na América Latina, seu governo não apenas reforçou as restrições --como a proibição dos cruzeiros norte-americanos novamente--, mas também impôs sanções às quais os EUA nunca haviam recorrido anteriormente.
O governo Trump permitiu, por exemplo, que cidadãos norte-americanos processem empresas estrangeiras que, de acordo com os Estados Unidos, estejam operando em propriedades cubanas nacionalizadas após a revolução de 1959, prejudicando o apetite dos investidores. Também foram impostas sanções às cargas de petróleo venezuelano para a ilha no Caribe.
"Há pessoas poderosas no governo dos Estados Unidos que querem aplicar medidas cada vez mais hostis e cortar nossas relações bilaterais", disse o diretor-geral para assuntos dos Estados Unidos para o Ministério das Relações Exteriores de Cuba, Carlos Fernandes Cossio, a jornalistas nos bastidores de uma conferência anual entre acadêmicos de Estados Unidos e Cuba em Havana.
"Se isso vier a acontecer, estamos prontos para enfrentar a realidade, mas isso não é o que o povo de Cuba quer e não é o que o governo cubano está buscando."
(Reportagem de Sarah Marsh)