HAVANA (Reuters) - O governo de Cuba vai enviar quase 500 médicos para a região da Calábria, no sul da Itália, informou esta semana a mídia estatal cubana, como parte de um programa mais amplo que envia excedentes de médicos da ilha comunista para países necessitados.
O veículo estatal de imprensa Cubadebate disse que a Calábria vem sofrendo uma escassez de médicos desde 2010, parte de uma crise de saúde em todo o país, e não conseguiu suprir a necessidade de qualquer outra forma.
"Todas as regiões estão tentando ao máximo contratar médicos, mas não estão encontrando nenhum", o Cubadebate citou o presidente da Calábria, Roberto Occhiuto, que afirmou: "Este problema é muito mais grave na Calábria."
Occhiuto confirmou o contrato separadamente em um vídeo postado nas redes sociais.
Cuba enviará 497 médicos de várias especialidades à região nos próximos meses, a partir de setembro, informou o Cubadebate.
Cerca de 40 países dos cinco continentes, incluindo a Itália, receberam médicos cubanos durante a pandemia da Covid-19, conforme o governo de Cuba --que tem pouco mais de 11 milhões de habitantes-- fazia muito mais do que podia em suas missões de diplomacia médica.
Desde sua revolução em 1959, Cuba enviou seu "exército de casacos brancos" para locais de desastres e surtos de doenças em todo o mundo, em nome da solidariedade. Na última década, eles combateram a cólera no Haiti e o ebola na África Ocidental.
Cuba exportou médicos em missões mais rotineiras em troca de dinheiro ou bens nas últimas décadas, uma das principais fontes de moeda forte. Os Estados Unidos têm criticado o programa, dizendo que as condições de trabalho são exploratórias, uma acusação que Cuba nega.