BUENOS AIRES (Reuters) - A cubana Mavys Álvarez, que move um processo na Justiça argentina com uma denúncia por suposto tráfico de pessoas contra o ex-jogador Diego Maradona, morto um ano atrás, afirmou nesta segunda-feira em uma entrevista coletiva que o astro a submeteu a violência sexual, e acusou o governo de Cuba de envolvimento.
"Deixei de ser uma criança, toda a inocência foi roubada. É difícil. Você deixa de viver coisas inocentes que cabem a uma menina dessa idade... não quero pensar muito nisso", disse Álvarez em uma entrevista coletiva em Buenos Aires.
"Minha família nunca teria aceitado se o governo de Cuba não tivesse sido um intermediário... eles os obrigaram a aceitar uma relação que não estava bem para eles, nem para ninguém", acrescentou Álvarez aos jornalistas.
De acordo com a mulher, Maradona obteve ainda a autorização de Fidel Castro para sair da ilha e levá-la à Argentina em 2001.
"Cheguei ao aeroporto, não me lembro de ter passado pela alfândega, depois nos hospedamos no Hilton, não visitei muitos lugares realmente, somente saí três vezes", disse.
Álvarez chegou há alguns dias à Argentina para testemunhar diante da Justiça em uma investigação preliminar por suposto tráfico de pessoas com fins sexuais, na qual acusou várias pessoas do círculo íntimo de Maradona, que morreu em novembro do ano passado.
(Reportagem de Ramiro Scandolo)