Por Ananda Teresia e Stanley Widianto
NUSA DUA, Indonésia (Reuters) - O Grupo dos 20 (G20) adotou por unanimidade uma declaração nesta quarta-feira dizendo que a maioria dos membros condena a guerra na Ucrânia, mas o documento ao final da cúpula reconheceu que alguns países veem o conflito de maneira diferente.
Os líderes das maiores economias do mundo também concordaram em acompanhar cuidadosamente as elevações das taxas de juros e alertaram para o "aumento da volatilidade" nos movimentos cambiais, mas foi a Ucrânia que dominou a cúpula na ilha indonésia de Bali.
Como membro do G20, a Rússia estava entre os participantes, embora o presidente Vladimir Putin não tenha comparecido.
"A maioria dos membros condenou veementemente a guerra na Ucrânia", disseram os líderes em sua declaração, sinalizando que a Rússia, que é membro do G20, se opôs ao texto.
A declaração reconheceu que "havia outros pontos de vista e avaliações diferentes da situação e das sanções", mas três diplomatas disseram que foi adotada por unanimidade.
Os líderes do G20 também afirmaram na declaração que o uso ou ameaça de uso de armas nucleares era "inadmissível".
"É essencial defender o direito internacional e o sistema multilateral que protege a paz e a estabilidade. Isso inclui defender todos os propósitos e princípios consagrados na Carta das Nações Unidas e aderir ao direito humanitário internacional", disseram.
O presidente da anfitriã Indonésia, Joko Widodo, afirmou que a guerra na Ucrânia foi a questão mais controversa.
"A discussão sobre isso foi muito, muito dura e no final os líderes do G20 concordaram com o conteúdo da declaração, que foi a condenação da guerra na Ucrânia porque violou as fronteiras e a integridade do país", declarou ele.
O governo chinês não fez comentários imediatos sobre a declaração, mas sua mídia estatal publicou uma tradução dela em chinês.
Em uma pausa nas negociações, os líderes do G20 vestiram camisas brancas, alguns com bonés com o logotipo do G20, e participaram de uma cerimônia de plantio de mudas de mangue para sinalizar a luta contra as mudanças climáticas.
Eles concordaram em buscar esforços para limitar o aumento das temperaturas globais a 1,5°C, incluindo a aceleração dos esforços para reduzir gradualmente o uso de carvão.
((Tradução Redação São Paulo))
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