Câmara do Japão aprova mudanças na legislação pacifista, apesar de protestos

Publicado 16.07.2015, 08:27
© Reuters. Manifestantes durante protesto contra legislação de segurança do premiê, Shinzo Abe, em Tóquio

Por Linda Sieg

TÓQUIO (Reuters) - O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, conseguiu aprovar nesta quinta-feira na câmara baixa do Parlamento legislação que pode permitir o envio de soldados do país para lutar no exterior pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, apesar de milhares de manifestantes terem protestado durante a noite, cantando e segurando cartazes que diziam "Não à guerra, não à matança".

Na quarta-feira, uma comissão da Câmara aprovou o projeto impopular que derruba uma proibição de autodefesa coletiva ou participação em ação militar para defender um país amigo, como os Estados Unidos, o que desencadeou uma enorme manifestação. Outras estão programadas.

O protesto lembra atos semelhantes que levaram à derrubada do avô de Abe do cargo de primeiro-ministro, há 55 anos, depois que ele encaminhou ao Parlamento uma revisão do pacto de segurança EUA-Japão.

Multidões de manifestantes –segundo os organizadores, eram 100.000– se concentraram perto do Parlamento. Muita gente permaneceu no local durante a noite, cantando e segurando cartazes que diziam "Fora Abe", "Sem guerra, sem matança" e "Abandone as leis de guerra".

Os projetos de lei agora vão para o Senado e, se não houver votação num prazo de 60 dias, retornam para a Câmara, onde a coalizão de Abe pode sancioná-los com uma maioria de dois terços.

© Reuters. Manifestantes durante protesto contra legislação de segurança do premiê, Shinzo Abe, em Tóquio

Abe diz que uma posição mais ousada na área da segurança, bem-recebida pelos EUA, é essencial para o país enfrentar novos desafios, tais como uma China mais assertiva. "A situação de segurança ao redor do Japão está ficando mais difícil", disse Abe a jornalistas após a votação, boicotada pelos principais partidos da oposição. "Esses projetos são vitais para proteger a vida dos japoneses e impedir a guerra."

As mudanças expandem o campo de ação das Forças Armadas do Japão, pois permitem que também dê apoio logístico a países amigos, relaxam os limites para operações de manutenção da paz e tornam mais fácil responder a incidentes de uma "zona cinzenta" que se aproxime de uma situação de guerra. Opositores dizem que as revisões poderiam enredar Japão em conflitos liderados pelos EUA em todo o mundo e violam o Artigo Nove da Constituição pacifista elaborada pelos EUA após a Segunda Guerra.

(Reportagem adicional de Ben Blanchar)

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