Por Tom Perry e Orhan Coskun
BEIRUTE/ANCARA (Reuters) - As forças do governo sírio e seus aliados russos realizaram ataques aéreos contra o noroeste do país controlado por rebeldes neste sábado, no quinto dia de uma campanha que já matou dezenas de pessoas e forçou milhares a fugir, disseram fontes na região e um organismo que monitora a guerra.
Disparos de armas pesadas que podem ter sido acionadas pelas forças do governo sírio atingiram as proximidades de um posto militar turco no noroeste, disse uma autoridade de segurança turca, indicando o risco de escalada do conflito na região, onde tropas turcas foram enviadas após um acordo com a Rússia.
Um surto de violência em Idlib e áreas adjacentes deteriorou um acordo entre Rússia e Turquia que vinha evitando desde setembro uma nova ofensiva do governo. A área integra o último bastião de uma revolta contra o presidente sírio, Bashar al-Assad.
Assad, que derrotou a maior parte de seus inimigos com a ajuda do poder de fogo da Rússia e do Irã, prometeu recuperar cada centímetro do território sírio.
Contudo, a presença de forças turcas no noroeste e as negociações da Rússia com Ancara têm comprometido a ofensiva na região, onde vivem mais de 3 milhões de pessoas.
A Turquia, que já abriga 3,6 milhões de refugiados sírios e espera evitar mais uma onda de entrada, tem estabelecido dezenas de posições militares em Idlib e região, após um acordo com a Rússia.
A autoridade turca disse que o exército ainda não retaliou o ataque e que não há registro de vítimas.
O presidente russo, Vladimir Putin, disse na semana passada que não descarta que as forças sírias, apoiadas pelo poderio aéreo da Rússia, lancem um ataque de grandes proporções contra os militantes em Idlib, mas que tal operação seria impraticável no momento.
A imprensa estatal síria reporta que as forças do governo estão atacando jihadistas no noroeste do país. A agência de notícias estatal Sana disse que o exército destruiu posições jihadistas no sul de Idlib e na província vizinha de Hama, neste sábado, em resposta ao que chamou de violações repetidas de um acordo para conter a escalada no conflito.
O coordenador humanitário da ONU afirmou que escolas, instalações de saúde e áreas residenciais foram atingidas, e que as forças do governo estão lançando na região o pior bombardeio dos últimos 15 meses.