Por Giulia Paravicini e Katharine Houreld
(Reuters) - Ao menos 40 golfinhos morreram misteriosamente em uma área das Ilhas Maurício afetada por um vazamento de petróleo de um barco japonês, disseram autoridades e testemunhas nesta sexta-feira, e um ambientalista descreveu o momento dramático em que uma mãe golfinho morreu diante dele.
Moradores que se aventuraram em um barco alertaram Reuben Pillay que uma mãe golfinho estava nadando ao redor do filhote morto, e ele se apressou para tentar encontrá-los. O filhote estava morto quando ele chegou, disse, mas inicialmente a mãe parecia normal.
"Mas em poucos minutos ela virou de lado, uma barbatana na água e uma fora, e depois começou a bater a cauda muito, muito rápido", disse Pillay, um operador de drone profissional e ambientalista que está fornecendo vídeos à Reuters.
"Ela nadou em círculos diante do barco, mexeu a cauda muito violentamente e depois de cerca de cinco minutos parou de se mexer e afundou... ouvimos gritos, achei que era uma mulher no barco, mas me disseram que não, que era o golfinho".
A esta altura, o corpo do filhote flutuava na superfície.
"Não sabíamos o que fazer. Foi de cortar o coração", disse.
Mais cedo nesta sexta-feira, Jasvin Sok Appadu, do Ministério da Pesca das Ilhas Maurício, disse à Reuters que 38 carcaças apareceram nas praias até agora.
As autópsias em 25 golfinhos que surgiram nas praias na quarta e na quinta-feiras são esperadas nos próximos dias, acrescentou.
Até agora, veterinários só examinaram dois dos golfinhos, que mostravam sinais de ferimentos, mas não de hidrocarbonetos nos corpos, de acordo com resultados preliminares de autópsias. A autópsia dos dois primeiros foi realizada pelo Centro de Pesquisas de Pescarias de Albion.
Os golfinhos estão morrendo na área afetada por um vazamento de petróleo ocorrido quando um barco japonês, o MV Wakashio, atingiu um recife de corais no mês passado. O barco foi afundado na segunda-feira.
Na quinta-feira, o Greenpeace pediu ao governo das Ilhas Maurício para iniciar uma "investigação urgente para determinar a causa das mortes e quaisquer laços com o vazamento de petróleo do Wakashio".