Por Jonathan Spicer e Huseyin Hayatsever e Tuvan Gumrukcu
ANCARA (Reuters) - A Turquia está disposta a atrasar a ratificação da proposta da Suécia para ingressar na Otan este mês, enquanto aguarda sinais de apoio dos Estados Unidos para seu próprio pedido de compra de jatos F-16, segundo fontes, o que pode desapontar os aliados do bloco que esperam acabar com 17 meses de atraso.
O presidente turco, Tayyip Erdogan, entusiasmou uma cúpula da Otan em julho ao prometer enviar a proposta ao parlamento para ratificação quando este fosse reaberto em outubro, parecendo dar luz verde à Suécia depois de ter levantado objeções devido ao suposto abrigo de terroristas.
No entanto, desde a abertura do parlamento em 1º de outubro, sua comissão de relações exteriores, que debateria a proposta da Otan, recebeu quase 60 acordos internacionais para analisar - excluindo o da Suécia, segundo dados oficiais.
Duas pessoas familiarizadas com a situação disseram que Ancara quer agir em conjunto com Washington, onde o Departamento de Estado deve, em algum momento, buscar a aprovação do Congresso para uma venda de 20 bilhões de dólares de caças F-16 para a Turquia e dezenas de kits de modernização.
"Dada a falta de confiança em relação à questão dos F-16 e da Suécia, a Turquia não está se apressando em ratificar a proposta da Otan e está procurando um sinal de que os Estados Unidos estão tomando medidas ao mesmo tempo", disse uma autoridade do Partido AK, de Erdogan.
Uma segunda pessoa familiarizada com as negociações entre os EUA e a Turquia afirmou que uma proposta - na qual cada lado tomaria medidas para ratificar a questão da Otan de um lado e a compra dos F-16 do outro - foi adiada.
O gabinete de Erdogan não comentou imediatamente sobre um prazo para a ratificação da Suécia ou sobre quaisquer conversações com os EUA.
O Departamento de Estado dos EUA espera que a Suécia se junte à Otan "em um futuro próximo", disse um porta-voz, e que o presidente norte-americano, Joe Biden, apoia a venda dos F-16s no interesse da aliança, dos EUA e de seu relacionamento com a Turquia".
"Devemos fazer essas duas coisas", declarou o porta-voz.
(Reportagem adicional de Humeyra Pamuk, em Riad, e Simon Johnson, em Estocolmo)