Por Jason Lange
WASHINGTON (Reuters) - Donald Trump está à frente de Ron DeSantis por quase 40 pontos percentuais na corrida pela indicação republicana para disputar a Presidência dos EUA, mesmo depois de o ex-presidente se recusar a debater contra o governador da Flórida e outros rivais, de acordo com uma pesquisa Reuters/Ipsos encerrada nesta sexta-feira.
A pesquisa apontou que metade dos entrevistados republicanos que acompanharam o primeiro debate do partido na quarta-feira estava mais aberta à candidatura de DeSantis – uma boa notícia para uma campanha que apostava no evento para aumentar sua notoriedade, após uma queda nas pesquisas de opinião no verão norte-americano.
Mas o levantamento mostrou que DeSantis permaneceu preso em um distante segundo lugar, com 13% de apoio dos entrevistados republicanos, enquanto Trump teve 52%, um pouco acima dos 47% que recebeu em uma pesquisa Reuters/Ipsos no início de agosto.
A pesquisa de dois dias reuniu respostas online de 1.004 adultos norte-americanos, incluindo 347 republicanos em todo o país, e teve um intervalo de credibilidade, uma medida de precisão, de cerca de 6 pontos percentuais em qualquer direção para os republicanos.
DeSantis e sete outros candidatos republicanos participaram do debate em Milwaukee, enquanto uma entrevista pré-gravada de Trump com o comentarista conservador Tucker Carlson postada simultaneamente na plataforma X, anteriormente conhecida como Twitter, tinha como objetivo desviar os telespectadores.
Trump disse antes do debate que não via nenhum benefício político em participar, dada a sua enorme liderança nas pesquisas de opinião, apesar das suas acusações em quatro processos criminais distintos. Os resultados da sondagem Reuters/Ipsos parecem ter confirmado isso.
Embora DeSantis tenha sido o centro do debate, ele foi ofuscado durante grande parte do evento de duas horas pelo empresário de tecnologia Vivek Ramaswamy, que entrou em confronto com a ex-embaixadora da ONU Nikki Haley e outros candidatos.
Ainda assim, cerca de metade dos entrevistados republicanos disseram ser mais propensos a apoiar DeSantis com base no que ouviram sobre o debate. Cerca de quatro em cada dez republicanos disseram que eram mais propensos a apoiar Ramaswamy ou Haley com base no debate.
Muitos, no entanto, não se entusiasmaram o suficiente com Ramaswamy e Haley para dizer que agora apoiavam as suas propostas. Apenas 5% dos republicanos disseram apoiar abertamente Ramaswamy, enquanto apenas 4% apoiavam Haley, parcelas semelhantes às que tinham antes do debate.
O ex-vice-presidente Mike Pence teve 6% de apoio dos republicanos, mas apenas um em cada cinco republicanos que acompanharam o debate disse estar agora mais aberto a apoiá-lo.
Cerca de 59% dos republicanos entrevistados acompanharam o debate, com 19% afirmando que assistiram ao vivo e o restante afirmando ter assistido a alguns clipes ou visto cobertura jornalística sobre o assunto. Quarenta e um por cento disseram não ter visto ou ouvido nada sobre o debate.
Num hipotético confronto entre o presidente norte-americano Joe Biden, um democrata, e Trump, perguntou-se ao grupo maior de entrevistados, incluindo democratas e independentes, quem escolheriam "se a eleição para presidente fosse realizada hoje".
Trump tinha 38% contra 32% de Biden. O restante disse que não tinha certeza, não votaria ou escolheria outra pessoa.
Na quinta-feira, a foto de réu de Trump foi divulgada depois que ele foi fichado em uma prisão de Atlanta por mais de uma dúzia de acusações criminais como parte de um amplo processo criminal decorrente de suas tentativas de reverter sua derrota eleitoral em 2020 no Estado da Geórgia.
(Reportagem de Jason Lange)