Por Alastair Sharp
TORONTO (Reuters) - A ascensão e a queda do ciclista norte-americano Lance Armstrong, da vitória na Volta da França após derrotar um câncer até sua confissão de uso de drogas, rende um filme policial épico, disse o diretor de "The Program", que teve sua estreia mundial no último final de semana no Festival Internacional de Cinema de Toronto.
"Acho que é a uma trama criminal, acho que é um filme policial", declarou o diretor britânico Stephen Frears. "Ele chegou lá e depois jogou tudo fora."
O texano Armstrong arrecadou milhões de dólares como garoto-propaganda de uma instituição de caridade de combate ao câncer e venceu sete Voltas da França entre 1999 e 2005, vitórias das quais foi privado em 2012 depois de ser condenado por doping.
Depois de anos negando-o, em 2013 Armstrong admitiu ter usado drogas. Ele ainda luta contra um afastamento vitalício do esporte e um processo de 100 milhões de dólares.
"Ele é o Jesus Cristo norte-americano de bicicleta. Volta dos mortos, cura os doentes e aí descobrimos que o Filho de Deus é um viciado mentiroso. E agora o banimos", disse Ben Foster, que interpreta Armstrong.
Foster contou que usou remédios para melhorar o desempenho enquanto filmava para sentir melhor o personagem.
"Queria entender essa cultura em nível celular", explicou a respeito de sua técnica de atuação. "Acho que Lance viu o mundo de maneira diferente depois de sobreviver a um câncer. Depois disso, ele chegou à conclusão de que vencer é viver, e perder é morrer."