Por Fabian Cambero e Aislinn Laing
SANTIAGO (Reuters) - A polícia chilena deteve nesta quinta-feira dois representantes da Assembleia Constituinte do Chile em uma praça na região central da capital Santiago durante um protesto motivado por prisões políticas, afirmou a coalizão dos dois delegados no Twitter.
Policiais armados utilizando capacetes e coletes à prova de bala levaram os dois delegados, Alejandra Perez e Manuel Woldarsky, em uma cena caótica transmitida nas redes sociais. Manifestantes gritavam contra as forças de segurança enquanto os representantes eram colocados em um caminhão com outros detidos.
Não ficou claro o motivo de os delegados terem sido detidos pela polícia. A força policial chilena, Carabinero, não respondeu de maneira imediata aos pedidos por comentários.
Os dois delegados pertencem ao Lista do Povo, um grupo de representantes da nova Assembleia Constituinte recém-eleita e que não é filiado a partidos políticos existentes. O grupo reuniu o terceiro maior número de votos durante a eleição de representantes, ficando atrás das coalizões de esquerda e de direita.
"Nós fomos acompanhar as mães de prisoneiros políticos em um protesto pacífico quando fomos invadidos por esse contingente (da polícia)", disse Rodrigo Rojas, um outro membro do movimento que estava no protesto.
Os representantes haviam se juntado a um grupo de manifestantes que acusa o governo chileno de fazer prisioneiros políticos durante as gigantescas manifestações - eventualmente violentas - contra a desigualdade social que aconteceram no país no final de 2019. O governo rejeita as acusações de que as prisões tiveram motivação política.
Os protestos de 2019 abriram a porta para o referendo de outubro do ano passado, no qual os chilenos escolheram reescrever a atual constituição, que é da época da ditadura militar de Augusto Pinochet (1973-1990).
(Reportagem de Aislinn Laing e Fabian Cambero)