Por Patricia Zengerle e Susan Cornwell
WASHINGTON (Reuters) - O julgamento de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi retomado nesta quinta-feira para um segundo dia de interrogatório dos senadores norte-americanos antes que eles abordem a questão espinhosa sobre a convocação de testemunhas como o ex-conselheiro de Segurança Nacional John Bolton.
Sem testemunhas, os republicanos, que controlam o Senado, dizem que o julgamento pode terminar já na sexta-feira com a absolvição de Trump, o que o deixaria no cargo e lhe daria argumentos pouco antes da primeira disputa no Partido Democrata sobre a nomeação para a eleição de 3 de novembro, em Iowa, na segunda-feira.
Trump realizará um comício no Estado na noite de quinta-feira.
Os democratas acusam o presidente republicano de abuso de poder por usar ajuda militar aprovada pelo Congresso para conseguir que um país estrangeiro difamasse o ex-vice-presidente Joe Biden, um dos principais candidatos à nomeação democrata para a eleição presidencial de novembro.
A Câmara dos Deputados, liderada pelos democratas, aprovou dois artigos de impeachment contra Trump em dezembro. Advogados de Trump e os democratas da Câmara que estão fazendo a acusação no julgamento do Senado passarão a quinta-feira respondendo a perguntas dos parlamentares, lidas em voz alta pelo presidente da Suprema Corte dos EUA, John Roberts.
Na sexta-feira, espera-se que cada lado apresente argumentações finais, antes de o Senado passar à questão central de convocar testemunhas, que os democratas acreditam ser essenciais para esclarecer a tentativa de Trump de persuadir o presidente da Ucrânia, Volodmyr Zelenskiy, a investigar Biden.
É improvável que os democratas consigam a maioria de dois terços necessária para remover Trump do cargo, mas permitir testemunhas pode infligir danos políticos ao presidente enquanto ele busca a reeleição.
(Reportagem adicional de Richard Cowan, David Morgan, Susan Heavey, Mohammad Zargham e Lisa Lambert)