Por Daphne Psaledakis e Simon Lewis
WASHINGTON (Reuters) - Israel tem o direito de atacar o grupo libanês Hezbollah, apoiado pelo Irã, mesmo quando os seus militantes escondem-se em prédios civis no Líbano, mas precisa realizar esses ataques de forma a proteger a população civil, disse o porta-voz do departamento de Estado dos Estados Unidos, Matthew Miller, nesta quarta-feira.
Questionado em coletiva de imprensa sobre ataque aéreo israelense que destruiu a sede municipal de Nabatieh, cidade do sul do Líbano, matando 16 pessoas, incluindo o prefeito, Miller disse que não poderia comentar sobre o ataque específico, mas que "não queremos ver edifícios civis destruídos".
"Entendemos que o Hezbollah opera às vezes embaixo de casas civis e dentro de casas civis. Vimos imagens que surgiram ao longo das últimas duas semanas de foguetes e outras armas militares mantidas em casas civis", disse.
"Israel tem o direito de ir atrás desses alvos legítimos, mas precisa fazê-lo de uma maneira que proteja a infraestrutura civil e os civis", acrescentou.
Washington apoia incursões limitadas de Israel para reduzir a força do Hezbollah, mas os EUA se opõem a uma ampla campanha de bombardeios em Beirute e ataques que provocam danos civis, disse Miller.
Autoridades libanesas denunciaram o ataque desta quarta-feira, que feriu mais de 50 pessoas em Nabatieh, dizendo que ela é a prova de que a campanha de Israel contra o grupo armado Hezbollah agora está mudando para um ataque ao Estado libanês.
(Reportagem de Daphne Psaledakis, Kanishka Singh, Humerya Pamuk e Simon Lewis)