Por Sarah N. Lynch
(Reuters) - O Departamento de Justiça dos Estados Unidos restabeleceu nesta quinta-feira, após duas décadas de interrupção, o uso da pena de morte pelo governo federal, e imediatamente anunciou as execuções de cinco presos federais.
"O Congresso autorizou expressamente a pena de morte por meio de legislação adotada pelos representantes do povo nas duas Casas do Congresso e sancionada pelo presidente", afirmou o secretário de Justiça, William Barr, em comunicado.
"O Departamento de Justiça defende o estado de direito -- e nós devemos às vítimas e suas famílias levarmos adiante a sentença imposta pelo nosso sistema de Justiça", acrescentou.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu o aumento do uso da pena de morte para traficantes de drogas e pessoas que cometem chacinas, um pedido sobre o qual o Departamento de Justiça passou a trabalhar desde então.
Logo no início do governo, o então secretário de Justiça, Jeff Sessions, ordenou que o Departamento Federal de Prisões examinasse quais medidas poderiam ser necessárias para retomar o uso da pena de morte, disse um funcionário do Departamento de Justiça.
Em março de 2018, Sessions também pediu que os promotores federais pedissem a pena de morte ao apresentarem denúncias contra traficantes de drogas como parte de uma estratégia para ajudar a combater a crise dos opiáceos.
Mais recentemente, em maio, o Escritório de Assessoria Jurídica do Departamento de Justiça tomou medidas para tornar mais fácil para os Estados realizar execuções, declarando que a agência federal de medicamentos não tem o poder de regular drogas de injeção letal.
Essa decisão tornará mais fácil para os Estados importarem tais drogas depois que muitas empresas farmacêuticas cortaram os suprimentos.
O Departamento de Justiça confirmou de imediato as execuções de cinco presos federais condenados por crimes hediondos e crimes sexuais, e que planeja outras para o futuro.
Todos os cinco serão executados por injeção letal usando uma única droga -- pentobarbital.
Entre os detentos está Daniel Lewis Lee, um supremacista branco que foi condenado em Arkansas por assassinar uma família de três pessoas, incluindo uma menina de 8 anos.