Por Yiming Woo
PARIS (Reuters) - Semanas depois de fugir de Kiev com a mãe e chegar a Paris, as gêmeas de 15 anos Masha e Sasha Litkovska já começaram o ensino médio na capital francesa e estão se preparando para aprender o idioma.
Elas estão entre os quase 90 ucranianos que se transferiram para escolas secundárias em Paris e no resto da região de Ile-de-France nas últimas semanas.
Há 700 vagas disponíveis na região para estudantes estrangeiros em necessidade e a maioria delas neste ano deve ser alocada para pessoas que fogem da Ucrânia após a invasão da Rússia, de acordo com Christophe Kerrero, diretor acadêmico de Paris.
Até agora, as meninas passaram a maior parte do tempo em uma aula de francês como segunda língua.
"O objetivo --já que essas duas alunas são realmente iniciantes na língua francesa-- é fazer com que eles dominem a língua o mais rápido possível, para que possam continuar seus estudos na França se ficarem", disse a professora Sarah Czarnobroda.
Enquanto as gêmeas estão se adaptando à nova vida, elas continuam preocupadas com o pai, um policial, que ficou em casa em Kiev para lutar.
"Estamos muito preocupadas com nosso pai", disse Sasha. "Apesar de estarmos seguras agora, ainda estamos muito preocupadas com a Ucrânia, porque você não sabe se seus parentes estão vivos. Quando você não consegue falar com eles pelo telefone, você começa a pensar que algo deu errado."
Moscou chama sua ação na Ucrânia de "operação especial".
As gêmeas e sua mãe viajaram pela Eslováquia antes de chegar a Paris no dia 5 de março e estão hospedadas em um apartamento no sudoeste da capital francesa que pertence a um amigo de sua mãe.
Masha disse que gostou da nova escola e as meninas já fizeram algumas amizades.
"Estou feliz por não estar em Kiev, nem na Ucrânia... e não estou pensando se chegarei até amanhã de manhã", disse ela.