JOANESBURGO (Reuters) - O arcebispo emérito sul-africano Desmond Tutu renunciou como embaixador da Oxfam nesta quinta-feira, citando a decepção com a implicação da agência humanitária britânica em um escândalo sexual envolvendo agentes no Haiti após um grande terremoto em 2010.
Hoje com 86 anos, o Prêmio Nobel da Paz se retirou da vida pública em 2010 devido à idade avançada, mas continuou representando a Oxfam mesmo aposentado.
"O arcebispo está profundamente decepcionado com as alegações de imoralidade e possível criminalidade envolvendo agentes humanitários ligados à instituição de caridade", disse um comunicado de seu escritório.
Tutu também ficou triste com o fato de as alegações terem manchado o bom trabalho realizado por muitas milhares de pessoas que trabalham para a Oxfam, acrescentou o texto.
Na sexta-feira o jornal Times noticiou que alguns agentes da Oxfam pagaram para fazer sexo com prostitutas no Haiti depois do terremoto que vitimou o país em 2010. A Oxfam nem confirmou nem negou a reportagem, mas disse que uma investigação interna de 2011 confirmou que houve má conduta sexual e que se desculpou.
A entidade corre o risco de perder o financiamento que recebe do governo do Reino Unido por conta de acusações de má conduta sexual no Haiti e no Chade.
Autoridades de alto escalão já deixaram a Oxfam. O ex-diretor nacional da agência no Haiti, que está no cerne do escândalo, negou nesta quinta-feira que pagou por sexo com prostitutas ou abusou de menores.
(Por Ed Cropley)