Por Tim Reid
(Reuters) - Dezenas de republicanos do governo do ex-presidente norte-americano George W. Bush estão deixando o partido, desolados com a incapacidade de muitos correligionários eleitos de romperem com Donald Trump depois que suas alegações falsas de fraude eleitoral provocaram uma invasão do Capitólio no mês passado.
Essas autoridades, algumas das quais serviram nos escalões mais altos da gestão Bush, disseram ter esperado que uma derrota de Trump levasse os líderes partidários a se afastarem do ex-presidente e repudiarem suas alegações infundadas de que a eleição presidencial de novembro foi roubada.
Mas como a maioria dos parlamentares republicanos se mantém ao lado de Trump, eles dizem não reconhecer mais o partido que serviram. Alguns se desfiliaram, outros deixaram sua filiação vencer, e alguns poucos se registraram recentemente como independentes, de acordo com uma dúzia de ex-funcionários de Bush que conversaram com a Reuters.
"O Partido Republicano que eu conheci não existe mais. Eu o chamaria de culto a Trump", disse Jimmy Gurulé, que foi subsecretário do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira no governo Bush.
Kristopher Purcell, que trabalhou no escritório de comunicações da Casa Branca de Bush, disse que cerca de 60% a 70% dos ex-funcionários de Bush decidiram sair do partido ou estão rompendo relações com ele, com base em conversas que tem tido. "O número está crescendo a cada dia".
Mais da metade dos republicanos no Congresso --oito senadores e 139 deputados-- votou contra a certificação da eleição de 2020 poucas horas antes do ataque ao Capitólio.