Por Jeff Mason e Makini Brice
TULSA, Okla. (Reuters) - O presidente Donald Trump, em discurso a uma arena longe de estar lotado em seu primeiro comício político em meses, criticou protestos contra o racismo e defendeu a maneira como lidou com o coronavírus, no último sábado, em uma tentativa de revigorar sua campanha pela reeleição.
O presidente, que gosta de grandes públicos e havia previsto que seu primeiro comício em meses seria épico, criticou a imprensa por desencorajar o público a comparecer e citou mau comportamento de manifestantes no lado de fora, mas não admitiu especificamente que muitos assentos da arena BOK Center, com capacidade para 19.000 pessoas, estavam vazios.
Trump buscou usar o evento para retomar o embalo da sua campanha após ser criticado pela resposta à pandemia de coronavírus e à morte de George Floyd, homem negro que morreu sob custódia da polícia de Minneapolis.
O público menor do que o esperado o impediu, pelo menos por enquanto, de destacar o entusiasmo pela sua candidatura como uma vantagem em relação ao democrata Joe Biden, ex-vice-presidente que deve ser seu adversário, que tem evitado grandes eventos de campanha.
Trump rechaçou as críticas pela sua decisão de realizar seu primeiro comício desde 2 de março em Tulsa, local dos maiores surtos de violência racista do país contra negros americanos, por volta de 100 anos atrás.
O presidente, que encorajou uma resposta militar aos protestos ao redor do país e que foi acusado de não ter empatia pela situação dos negros dos EUA, usou seu discurso para criticar os manifestantes.
“Os desequilibrados da esquerda estão tentando vandalizar nossa história, profanar nossos monumentos - nossos lindos monumentos -, quebrar nossas estátuas e punir, cancelar e perseguir qualquer um que não se sujeite às suas exigências por absoluto e total controle. Não vamos nos sujeitar”, disse Trump a apoiadores que aplaudiam.
Às vésperas da eleição de 3 de novembro, as pesquisas mostram o presidente republicano atrás de Biden, que criticou Trump pela sua resposta aos protestos e à pandemia.
Trump defendeu sua resposta à Covid-19, dizendo que mais testes levaram à identificação de mais casos, aparentemente, para o seu desgosto.
“Quando você testa tanto, você irá… encontrar mais casos”, disse. “Então, eu disse pros meus funcionários ‘diminuam os testes, por favor’.”. Um oficial da Casa Branca disse que ele estava “obviamente brincando” com aquele comentário.
Horas antes do comício, a campanha de Trump anunciou que seis membros de sua equipe haviam testado positivo para Covid-19. Apenas algumas pessoas na plateia do evento usaram máscaras dentro da arena.
(Reportagem de Jeff Mason e Makini Brice; Additional Reportagem adicional de Julio-Cesar Chavez Susan Heavey, Lucia Mutikani, Alex Alper, Andrea Shalal, Andrew Hay e Timothy Ahmann)